quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Abrindo os trabalhos.

Olá!

Em nome da equipe do projeto TRAVESQUEENS dou as boas vindas a você que veio parar aqui, nesse espaço de conversa.

Travesqueen é um corpo que clama pela androginia. É uma atitude que sublinha a performatividade de gênero e provoca os limites entre masculino e feminino.

Travesqueen é uma mistura da irreverência, comicidade e exagero da Drag Queen com a potência transgressora e atitude irreversivelmente corajosa das mulheres travestis. Uma mescla da overdose de feminino que a Drag representa, com a arrebatadora transformação física que a travesti vive.

Travesqueen é um corpo-manifesto, que explicita a violência de morte que hoje está debaixo do tapete. Que vive e morre na calçada. Que opta pela margem transgressora e ri disso.

Travesqueen é uma possível e controversa atualização dos ideais burlescos. É onírico e macabro. É belo e trágico. É engraçado e dramático.

Travesqueen é a manifestação da ambigüidade que existe em todos nós.

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Sobre o projeto:

Dando continuidade a uma série de interesses presentes nas trajetórias dos artistas envolvidos na equipe principal, o projeto coreográfico que se desenvolve em Travesqueens tem como finalidade central a montagem de três solos (Erivelto Viana, Elielson Pacheco e Ricardo Marinelli) que possuirão diferentes possibilidades de articulação dramatúrgica, gerando (a partir de diferentes combinações entre si) diferentes produtos em forma de espetáculo. Ou seja, os três solos pretendem existir individualmente, mas também pensam numa existência coletiva.

Que assina a concepção de projeto e direção dos três solos são os três artistas e o processo criativo será itinerante, passando pelas três cidades onde eles vivem e trabalham, ou seja, São Luís, Teresina e Curitiba.

Além da montagem dos solos o projeto prevê a realização das seguintes atividades (que acontecem nas três cidades): uma oficina de formação intitulada “Identidades e dança: jogando coreograficamente com as sexualidades”; uma mostra pública de processo, que estamos chamando de “teste de audiência”; uma mesa de debate intitulada “Arte, corpo e diversidade sexual”, que em cada cidade conta com a participação de pensadores locais; registro dos solos resultantes em vídeo e fotografia; comunicação, registro e difusão do processo criativo por meio deste blog, desenvolvido específicamente para o projeto.

A construção dos solos tem como ponto de partida dramatúrgico as identidades paralelas que já vem sendo desenvolvidas por cada um dos artistas que compõe a equipe principal. Elielson Pacheco vem estudando a personalidade “simples” de SAYARA, Erivelto Viana já tem mais de 10 anos de convivência com CINTIA SAPEQUARA, persona celebridade em São Luís e Ricardo Marinelli tira do armário a vida intensa, polêmica e violenta de ANA PRINCESA DOS CABELOS MÁGICOS.

Além de Elielson, Erivelto, Ricardo, Sayara, Cintia e Ana, integram ainda a equipe de criação um colaborador para cada fase da criação (um para cada cidade), que ocupam a função que chamamos de “olhar exterior e apoio à pesquisa de dramaturgia”; e cada artista tem em sua cidade um colaborador permanente.

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Este blog é uma forma de tornar publico nosso processo de criação, alimentar a conexão entre os artistas (que moram em cidades diferentes) e principalmente possibilitar a construção de um espaço de diálogo com você, que está convidadíssimo a nos acompanhar e dialogar conosco.